Livro: O Reflexo Perdido E Outros Contos Insensatos Hoffmann
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Características principais
Título do livro | O reflexo perdido e outros contos insensatos |
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Série | Clássicos da literatura mundial |
Autor | Hoffmann, E.T.A. |
Idioma | Português |
Editora do livro | Editora Estação Liberdade |
Edição do livro | 1 |
Capa do livro | Mole |
Ano de publicação | 2017 |
Outras características
Quantidade de páginas: 264
Altura: 210 mm
Largura: 140 mm
Peso: 314 g
Com realidade aumentada: Não
Tradutores: Barbosa Maria Aparecida
Gênero do livro: Conto
Subgêneros do livro: Literatura Alemã
Tipo de narração: Literatura Estrangeira
ISBN: 9788574482644
Descrição
Esta coletânea, intitulada O reflexo perdido e outros contos insensatos e organizada, traduzida, prefaciada e anotada por Maria Aparecida Barbosa — de Reflexões do gato Murr, também publicado pela Estação Liberdade —, propõe um recorte abrangente e revelador da obra de E. T. A. Hoffmann (1776–1822). Os textos atestam o virtuosismo estilístico e temático do autor, que se tornou um dos principais expoentes do Romantismo alemão por sua originalidade, irreverência e iconoclastia. A difusão das fronteiras entre realidade e ficção, a intertextualidade com seus contemporâneos (inclusive “emprestando” personagens de outros autores), o teor filosófico com que envolve seus temas fantásticos e de horror: essas são algumas marcas de Hoffmann que tiveram grande influência na literatura alemã posterior a ele. Sobre o princípio que permeia esta edição, o prefácio da organizadora, citando o autor, explica: “a poesia deve estar imbuída de fecunda fantasia, as personagens cheias de vida devem ter feições plásticas delineadas de modo a envolver com força mágica [...]”. Está incluída na coletânea a narrativa fantástica “O Homem-Areia”, que tornou Hoffmann conhecido no Brasil (indiretamente, uma vez que o texto é citado por Sigmund Freud em seu ensaio “Das Unheimliche” [“O Inquietante”], que trata da literatura que causa medo). Outro clássico em nova tradução é “O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos”, selecionado “não pelo exclusivo fato de ter imortalizado Hoffmann no âmbito do balé”, como explica o prefácio, “mas também por ser um conto de horror que explora de maneira vertiginosa a inclusão de personagens duplos”. O conto do título (“O reflexo perdido ou As aventuras da noite de São Silvestre”) se inscreve na tradição literária do Fausto, já que o melancólico protagonista Erasmus Spikher acaba, em seu desejo por coisas mundanas, firmando um pacto que lhe custa seu reflexo. Nesta história, Hoffmann inclui o personagem Peter Schlemihl, criado por Adalbert von Chamisso, e também faz um aceno aos naturalistas e a Alexander von Humboldt, mostrando um escritor extremamente atento ao momento literário e científico em que vivia. A ficção “O Conselheiro Krespel ou O violino de Cremona”, bem como os trechos dos ensaios “Kreisleriana” (atribuídos a Kreisler, o músico de Reflexões do gato Murr), mostram outra paixão do autor: a música. As narrativas são pontuadas por suas ideias estéticas — Hoffmann também foi compositor de óperas, algumas de razoável sucesso, como Undine —, incluindo críticas ao que a tradutora chama de “malefícios que a bem-intencionada tentativa de determinação e explicação da arte podem provocar [...]”. Em “As minas de Falun”, Hoffmann resgata temas elementares da cultura germânica e cria um conto de terror recheado de figuras poéticas românticas. O prefácio pondera que o conto “está imbuído da questão fundamental do anacronismo poético, que fora sintetizada por Johann Peter Hebel [e] que reincide em Trakl, Kandinsky e tantos outros poetas modernistas. Isso nos permite então, novamente, pensar no escritor Hoffmann destituído de rígidas amarras do século XIX, e alçá-lo à categoria de atemporal e profundamente contemporâneo.”